quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Despertar

Lembra aquele dia em que você me viu?
Lembra aquelas coisas que um dia eu fiz?
Lembra que eu cantava, e eu era mudo?
Mas hoje as pessoas já não cantam mais
Correm pelas ruas, se esquecem de tudo
Plantam musgo nos fundos dos seus quintais

...

Lembra, um dia você era só mais um
Lembra, aquilo tudo era só ilusão
Lembra que a verdade era só brincadeira?
Que o pão era só pura distração?
E hoje eu me lembro, quase com saudades
Que era melhor entrar no circo dos leões

Vai passar
Vai passar
Vai passar

Lembra que eles não sabiam o que dizer?
Que o que eles dizem já não cola mais
Lembra, a verdade nunca é derradeira
E mentir não tão ruim, se você não quer ver

Vai passar
Vai passar
Vai passar

...

Lembra aquele dia em que você me viu
Lembra, aquilo tudo era só ilusão
Lembra que o sangue já foi derramado
Mas lembra que isso tudo um dia vai passar
Lembra que isso tudo um dia vai passar
Lembra que isso tudo um dia vai passar...






Dedicado a um velho amigo.
"Com o despertar da razão nasce a angústia. Não seria melhor o sono?"

Um comentário:

  1. Esta é a letra de uma das minhas últimas canções.
    Brincar com as palavras, confundindo passado e presente e futuro sempre me pareceu deveras fascinante.
    Confesso que, mesmo nessa, não escapei de uma crítica sócio-política, muito enraizada em mim.
    Afora isso, a alienação evidente em relação a tudo que se passa a nossa frente foi a base para toda a composição.
    Estranhamente essa composição sempre me remete a minha infância, de alguma forma que eu não sei explicar. Talvez pelo clima aconchegante que a idéia de esperança do "Vai passar" me dá.

    Espero que apreciem, como um belo prato fumegante na mesa, acompanhado, claro, por um bom vinho.

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