quinta-feira, 26 de maio de 2011

Reticente

Escrevo-te, em letras fáceis
De tão suave e complicado
Significado;
E no fundo queria eu
Ler-te, também
Como queria ler mais ninguém.


Diz-me que desapareci
Como em noites noir
Some o sono dos amantes;
Digo-te, estou aqui
Esperando, a cantar
Aquele mesmo olhar de antes.


Encontro maior que outrora
Seria ainda possível?
Pois que aquele era grande demais;
Me encontras distante, agora
Mas o encanto, ainda possível
Me espera atento lá fora.


Reticente ela aguarda inspiração
Que lhe advenha e faça belo
O dia que se atreve;
Aumenta o aperto no coração
Que se faz firme como elo
Pois que passa o tempo, e não me escreve.


Farto-lhe o sopro, sopro-lhe o ar
Paro-lhe o tempo e faço sonhar
Lhe farto da gente, te encontro lugar
Dou-te meus olhares, te dou...
Sobrará o que quiser.


E essa apreensão será reticente.

2 comentários:

  1. ...

    Poderia escrever o mundo aqui, poderia dizer mil poemas, citar centenas de poetas, falar sobre nove luas no ceu, cantar as mais belas canções do Led, ou sussurrar um blues bem baixinho. Mas de tudo, prefiro ser três grãos de areia bem pequenos, querendo que alguém os encontre em meio esse mar de gente.

    Faço-me aqui, reticente!

    ...

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  2. Reticências não bastariam me agora.

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