Não quero
briga
Nem sorte de figa
Me abriga
por paixão
Sem
obrigação/
Sem nada ter
Por não
querer
Saber, não
sei/
Não ter que
saber
É o castigo
do rei.
E o bobo da
corte
Que de bobo
nada tem
Pensa tanto
mais além/
Do que
passa-te ao redor
Peão ou rei,
puta ou flor
Criança ou
crença, ou vida ou morte
No procepeço
do tão falar
Vai-se maço,
esvai-se em mãos
No ver do
avesso verso sem par
Bater no
teto os pés no chão/
Pois sem
nada ter
Por não
querer
Saber, não
sei/
Não ter que
morrer
É o castigo
do rei.
Ai, meu
canto modesto
Que de
moderno nada tem
Sai de tudo
e vira resto
Vira rapa do
que se tem/
Cantar de
paz e guerrear
Canto de
sorte e de azar
Canto daqui
e canto de lá
Ê, laia-larai-á
A questão é
mais que ser
É existir no
que se dá
Mais por
querer
Saber, mais
sei/
Que não ter
que sofrer
É o castigo
do rei.